sábado, 28 de julho de 2012

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Das dores que movem o sofrimento, e embalam em uma perigosa dança até a morte.
A instabilidade compositora dos seres livres é instigante, no sentido do momento onde estão recém-casados para transar com um estranho no jardim momentos depois. A dor física, espiritual e a morte das idéias são três células a serem colocadas em discussão.

Temos nosso limite para a morfina ser liberada e sutilizar nosso sangue, sofrimento limitado pela fisiologia, até mesmo chegando o desmaio. Já no espírito, não existe um limite...somente existe a manifestação pura e cruel do sofrimento...

Inevitável é negar sua chegada e tentar conte-lo, pois com ele o aprendizado está (será uma vertente masoquista?). Eu enfrento minhas dores e aceito meu sofrimento, pois mereço, mais do que qualquer encerramento da morte.

A morte, ela encerra o ciclo ou a linearidade ou aprendizado ou qualquer opção. A covardia do suicídio é evitar o constrangimento de enfrentar o sofrimento, pois atravessando a ponte dele está outra oportunidade, ponte essa de madeira presa por finas camadas de corda cânhamo, prestes a romper a cada momento. E quem tem medo de altura, se joga.

Eu evito a morte para aceitar minha lição, eu supero e preciso, pois eu quero. Será melhor do que:
Ser cauterizado pelas chamas da libertação, a morte queima e purifica os pecados, ou somente mesmo a carne exalando cinzas e gordura queimada pelo ar (está para mim seria a mais interessante das mortes).

Sofrer um ferimento seja cortante, concussivo ou perfurante, do qual a dor e o sangue participam ativamente, uma alternativa limitada pelo próprio físico, mas com bons resultados de cicatrizes ou lesões, pode levar a criação de traumas psicológicos intensos dependendo do tipo.

Empurrado em um abismo, para o impacto certo dentro de segundos, onde nestes segundos uns pairam dúvidas, outros mal têm noção do tempo e tentam voar, até o impacto surdo de ossos e carne transformando-se em poça.

O afogamento, para mim o mais angustiante, pela sensação de luta e desespero que inevitavelmente a fisiologia manifesta, arranhando a garganta buscando ar, estirando as mãos no espaço com baixa gravidade, quase que um voo para o além...e lentamente a água invade, e tudo preenche-se, e você esvazia-se...

Não quero encerrar meu sofrimento, mas de tudo desejo, somente para interromper a dor que me aflige, e aceito passar pelas provas e ramificações as quais sou imposto...

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