quarta-feira, 27 de junho de 2012

Permafrost



Incrível como as pequenas coisas cotidianas no dia-a-dia nos remetem à ações do nosso coração, comer parece mais saboroso...vou arriscar até um peixe, já que você insiste que eu nunca provei, mas é cozido poxa...

E que ele pulse até as geleiras pararem de realizar seu trabalho erosivo...

Nunca.

segunda-feira, 25 de junho de 2012

Carta de Reabilitação

Bom dia.

Gostaria de por meio desta, solicitar a participação em sua instituição de recuperação.
Estou sóbrio há algum tempo, mas não sei quanto, o pouco que ainda cultivo já está acabando, assim como as opções...
As ervas não mais suprem minha dor e necessidade de torpor, cada vez menos amenizando minha condição.
O brilho me deixa pouco ativo e alegre, em contrapartida à minha dependência emocional, parece leite em pó, dos piores.
As agulhas perfuram toda minha pele...e o que mais degusto em sua estrutura é a dor causada a cada pontada, buscando salvação
Só vejo cinza atualmente, na cor real do mundo, o álcool me traz lembranças ainda mais doces e marcantes do que qualquer sentimento, mas não posso mais me afogar nele, pois não são essas drogas...
Busco àquela mais forçada e difícil, onde minha recaída o fez perder e agora vago perdido, mas nada e nenhuma coisa do mundo pode substituir estar  junto à você.
Assim sendo, encaminho à instituição um aceite desesperado, até o suicídio não me parece bem-vindo, não porque é uma solução permanente para um problema temporário, mas porque causaria ainda mais dor a quem não desejo...
Estou acabando com minha última agulha e tinta, minhas mãos doem de dedos queimados, estou à beira do poço, mas não vou mergulhar...ainda.

Encarecidamente,
Um viciado sem sua droga.

segunda-feira, 18 de junho de 2012

Vampire Diaries



Eu assistia jogos na mídia, pura maldição do entreternimento alienado.
Mas nada disso me distraia...
Enquanto a cabeça trabalhava fortemente na arte do pudor e maliciosidade,
a mão calejava toques íntimos e atrevidos sem esconder sua intenção.

O próprio Sol nascia dentro do peito, banhando as calças e a camisa molhada...
Correndo pra porta eu lançava meu resultado.
Ofegante novamente deitava no chão frio, olhando para o teto...
Lembrando de seus olhos, brilhantes e engolfantes.


São das memórias onde eu mergulho e vivo, como todos sonhadores.
Realizando os mais profundos desejos, todos os pecadores e cheios de vulgaridade.
Lutando contra teu corpo, teu peito, tua resistência, cada vez mais louco com olhos revirados...
Hematomas, sangue e pele rasgada, sorriso e mordida, excitação e orgasmo.

Prefiro manter a pálpebra cerrada e conviver os melhores momentos em lembrança,
que acordar para a realidade cinza e estática
Momentos esses onde eu sinto-me realmente respirando e interagindo
Onde minha mão alcança lugares quentes e molhados, cheia de vontade...

E por fim sou eu andando coberto pela noite
Cicatrizes e dor marcam meus passos, meu tendão pulsa em liberdade para parar
Mas eu retorno novamente, outro dia...
Pra me torturar...

Como a noite é bela...