segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Abyss



Eu tentei, e agora eu só observo.

Acompanho as novas passagens e horizontes desvendados a cada passo, eu plantei aquela rosa, só que ela caiu sem água, sem regar...
Me encontro em um jardim particular, só meu, com as coisas que escolho manter ao meu lado e me fazem bem, elas me fazem rir, elas conversam comigo.
Ouço as músicas chegando das casas, aquelas músicas que fazem você pensar em mil maneiras de ficar mal, mas elas não te afetam mais...não como antes.

Sinto uma ferida que empurrei fechando, ela tenta, ela existe, ela clama, ela não doi.

Mesmo o "Preto" em uma "Chuva de Novembro" não são como antes, eu sorrio com as possibilidades, pois elas afloram a cada porta, eu que antes me fazia de escolhido, posso fazer escolhas.

Cada descoberta, cada pessoa, me faz caminhar novamente, pois é como eu sabia que seria, eu não seria cogitado, lembrado ou respeitado.
Que bom, mas nem tudo são flores, ainda me espeto no caminho de roseiras que plantei, só que por aqui tantas voltas dei, que nem sinto mais.

Quero sorrir novamente, e ser feliz, voce encontra-se "Perto" de coisas maravilhosas e surpreende-se.

Hey!

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Dogs


 "Você precisa ser louco, precisa ter um motivo de verdade
Você precisa dormir sobre seus dedos do pé, e quando você estiver na rua
Precisa ser capaz de escolher a carne fácil com os olhos fechados
E depois se movendo silenciosamente, contra o vento e escondido
Você tem que atacar no momento certo, sem pensar"

Finalmente após alguns dias entre a realidade onírica e o despertar irritante, ouvi dentro de meus sonhos o que minha mente tentava resguardar...

"E tudo que sou...é fumaça e espelhos..."

Nossa frase clássica, de 5 dias...o que me compõe?
Não é carne e osso, pois não sinto...toque, ferimentos, apertos. Só abraços sinceros cheios de energia, boas.
Andei por ai pelo inverno de minhas sensações, caminhando como cruzasse Edoras ou Frostfang, descalço só com minha bermuda, como de costume.
Senti o corte em minha garganta, enquanto o sangue do peito congelava instantaneamente, enquanto eu transcendia no tempo e espaço...

E lá ia ela, o penhasco mais alto na subida mais íngreme em minha hora mais sombria.

"...Você nunca saberá o quão duro eu tentei.
Para encontrar meu espaço e te satisfazer também..."

Na encosta escorregadia eu fui, pois precisava. Pedra lisa eu atravesssei, porque me diziam.
No topo eu deitei, porque quis, eu cheguei. Nada de carne, osso, calor, frio, sonho ou pesadelo.
E lá, seus latidos preencheram meus ouvidos.
Enquanto deitado eles aos poucos chegavam, cheirando, averiguando, analisando cada momento, sacrifício realizado, vida passadas e futuras.
Eles me atacaram sem ao menos hesitar, eu tentava acordar de qualquer maneira, acho que me mexi bastante essa noite...mas o sonho era tão real...
Palpável como a dor de ser despedaçado, dilacerado, não mais sendo inteiro, não mais presente aqui.

"...arrancou-me a visão, arrancou-me a fala, arrancou-me a audição
arrancou-me os braços, arrancou-me as pernas, arrancou-me a alma..."

O filme! Como não lembrar daquela cena, feia, legal, agonizante, ecos e sussurros de um pobre coitado.
Estes que persistiram em minha cabeça por tanto tempo sutilmente sem perceber, entendi os cachorros na minha mente, os latidos no fundo.
Os uivos pela noite, porque me olhavam tão estranhamente como se estivessem famintos por algo fresco e suculento.

"Is it soft? is It juicy?"

Já vinha me sentindo assim faz algum tempo, aos poucos tentando buscar entender o que fazia sentido, até hoje, pensamos compreender.
Não sei exatamente o que os dias a seguir trarão...além da dor, conhecimento, aprendizado, um passo de cada vez, as brasas de caminho.
Os pés cicatrizarão, assim como meu corpo todo, mas...
No momento, tudo que sou, é imaterial e reflexos...

https://www.youtube.com/watch?v=0bqZFp7dWbg