segunda-feira, 28 de março de 2011

Narciso



Essas mulheres,
Com esses sentimentos pequenos
Os quais eu compartilho e escuto
Cada vez piores e menos amenos!

São neuroses absurdas
Com o favor da palavra se fazem nuas
E os olhares parecem turvos
Sugerindo o excesso de curvas

Falo mal-te! Vá pra merda!
Esquece tua mente, ela te engana
Teu corpo é belo, pipoca o meu olhar sob a pestana

Da perna grossa
À barriga ondulada
Eu caio em tua formosura pela madrugada.

quarta-feira, 23 de março de 2011

Dream of Mirrors



Sou um reflexo do teu pecado.

Dá-me o teu corpo, e eu entrego-te minha mente perversa.

Toque



A água toca o ar, e depois a alma.
Gotas refrescantes renovam o mistério da privacidade.
Por um momento só, um banho.
Tenho meu silêncio, e minha canção.

Cada deslize, um suspiro.
E uma peça corporal sendo revelada.
Cai no peito nu, desce até o umbigo.
Por fim, com as mãos é levada até os membros íntimos.

As virgens degustam o som não ouvido.
Enquanto os pervertidos repetem o canto da noite passada.
A água, como nunca vista devassa e nos testa.

Molha o piso, tira minhas impurezas.
Mas esquece-te de limpar meu pecado.
Um momento purificador, onde pessoas podem tocar-se sem pudor.

domingo, 20 de março de 2011

Tembu Horin



Não há sentido.

Após muito tempo, e muito sangue (de mentira) derramado, o coração já não bate mais como antes.

Ver uma paixão não estimula, trava, calcula e mede o quanto pode dar certo.

As medidas são tiradas, o ser humano tenta mensurar o seu sentimento.

O que não pode ocorrer.

Engana a si próprio, e tenta viver na sombra, voltando-se contra o que o mundo pode oferecer.

Se for privado de minha visão, eu posso ouvi-la calmamente e tentar decifrar seus mistérios.
Caso perca a audição, meu toque irá buscar moldar aquilo o que não posso ver ou ouvir.
Mas se sacrificado o tato, meu olfato sentirá seu odor, distinguindo perfumes e fragrâncias.
Ah, maldito seja caso não possa utilizá-lo, aí sim chego a meu último recurso, o paladar.

A língua, em toda sua complexidade de glândulas e músculos pode desbravar rios inteiros cheios de néctar e pudor para desvendar.
E novamente eu sinto em minha boca, seu aroma excitante, os gemidos enlouquecidos, o olhar pervertido.

Tire-me tudo, mas não tire minha capacidade de amar intensamente.

sábado, 19 de março de 2011

la Mort



Há tempos eu nao te via.

Caminhando sozinho na estrada fria, os lobos procuravam seu olhar.
Não tive coragem de ficar ali, negativo!

Entre os arbustos escolhi para fugir de minha vida
Mesmo andando ao lado de lupinos e insetos, não tive medo de sofrer.

Um paradoxo temático!

A noite já se estendia, nuvens vazias abriram o céu, para que ela pudesse brilhar,
intensamente, mais que qualquer estrela seja qual for sua grandeza.
Pois sua luz penetrava, hipnotivaza, capaz de atrair e matar em seu lago.

E assim, com um uivo invernal, eu abracei-a.

E ela me levou.

quarta-feira, 16 de março de 2011

Thin End



Encaro a tristeza.

Nos mares de lágrimas eu vazo, e procuro teu olhar apaixonado.
O espelho refletido expõe teu peito nu, cheio de marcas, e um coração sangrando pesado e molhado.

Tudo cai nos ombros delicados, um passado, e coloca para baixo.
Mesmo contra a correnteza eu nado, pelas ruas vazias e escuras, querendo assassinar tua amargura e tirar dela a única coisa que ela mais odeia.

Dá-me o teu riso novamente, e deixa desfrutar do teu sorriso reluzente à luz da tua felicidade.

segunda-feira, 14 de março de 2011

5



Volátil e voraz é a virtude desta virgem.
Vencendo a vergonha, desafia a vitória
voando contra um vulção de verdades.
Por fim, seus valores vagarosamente condenam suas vontades,
e ela em vingança sacrifica sua visão...

E vive sua vida em vão...

Despida.

sábado, 12 de março de 2011

Boa noite



Quando o vil corvo espreita o teu sono,
e já é tarde mesmo para a Lua.
Na calada das estrelas adormece,
teu mais longo desejo se aparece
e deita-se em teu calor.
Que o frio não te abandone
e o sono se prolongue.

Rambeau

Meu tempo é corrido

Quanto mais penso tê-lo sob controle, mais se prova difícil programar minhas ações.

Dou-me conta da noite já quando converso com algumas pessoas e meu relógio biológico marca a hora de comer.

Assim se passa, sem ao menos deixar um vestígio de sua rapidez. Ao invés disso, sou agraciado das mais variadas companhias, estas que me moldam como ser.

Se ainda não falei, pode ter certeza do que representas.

Mais tarde conversarei com você.

sexta-feira, 11 de março de 2011

Sleep

Abalam-se os tremores do meu coração
De cada batida uma emoção
Palpita serelepemente em meu peito,
Faz-me sufocar, parar e deitar em teu seio.

Quando estou dormindo, sinto calafrios
Memórias marcadas deságuam em meus rios
Acordo subitamente no meio da noite sufocada
Com suas nuvens se pondo atrás da alvorada

E quando nasce o Sol
Meus braços tentam alcançar
O que não posso abraçar

Quem me dera eu poder cantar em teu lençol
Infelizmente tenho a memória dos teus andares
Só posso lembrar-me de ti e sentir saudades.