domingo, 20 de março de 2011

Tembu Horin



Não há sentido.

Após muito tempo, e muito sangue (de mentira) derramado, o coração já não bate mais como antes.

Ver uma paixão não estimula, trava, calcula e mede o quanto pode dar certo.

As medidas são tiradas, o ser humano tenta mensurar o seu sentimento.

O que não pode ocorrer.

Engana a si próprio, e tenta viver na sombra, voltando-se contra o que o mundo pode oferecer.

Se for privado de minha visão, eu posso ouvi-la calmamente e tentar decifrar seus mistérios.
Caso perca a audição, meu toque irá buscar moldar aquilo o que não posso ver ou ouvir.
Mas se sacrificado o tato, meu olfato sentirá seu odor, distinguindo perfumes e fragrâncias.
Ah, maldito seja caso não possa utilizá-lo, aí sim chego a meu último recurso, o paladar.

A língua, em toda sua complexidade de glândulas e músculos pode desbravar rios inteiros cheios de néctar e pudor para desvendar.
E novamente eu sinto em minha boca, seu aroma excitante, os gemidos enlouquecidos, o olhar pervertido.

Tire-me tudo, mas não tire minha capacidade de amar intensamente.

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