Das dores que movem o sofrimento, e embalam em uma perigosa
dança até a morte.
A instabilidade compositora dos seres livres é instigante,
no sentido do momento onde estão recém-casados para transar com um estranho no
jardim momentos depois. A dor física, espiritual e a morte das idéias são três
células a serem colocadas em discussão.
Temos nosso limite para a morfina ser liberada e sutilizar
nosso sangue, sofrimento limitado pela fisiologia, até mesmo chegando o
desmaio. Já no espírito, não existe um limite...somente existe a manifestação pura
e cruel do sofrimento...
Inevitável é negar sua chegada e tentar conte-lo, pois com
ele o aprendizado está (será uma vertente masoquista?). Eu enfrento minhas
dores e aceito meu sofrimento, pois mereço, mais do que qualquer encerramento
da morte.
A morte, ela encerra o ciclo ou a linearidade ou aprendizado
ou qualquer opção. A covardia do suicídio é evitar o constrangimento de enfrentar
o sofrimento, pois atravessando a ponte dele está outra oportunidade, ponte
essa de madeira presa por finas camadas de corda cânhamo, prestes a romper a
cada momento. E quem tem medo de altura, se joga.
Eu evito a morte para aceitar minha lição, eu supero e
preciso, pois eu quero. Será melhor do que:
Ser cauterizado pelas chamas da libertação, a morte queima e
purifica os pecados, ou somente mesmo a carne exalando cinzas e gordura
queimada pelo ar (está para mim seria a mais interessante das mortes).
Sofrer um ferimento seja cortante, concussivo ou perfurante,
do qual a dor e o sangue participam ativamente, uma alternativa limitada pelo
próprio físico, mas com bons resultados de cicatrizes ou lesões, pode levar a
criação de traumas psicológicos intensos dependendo do tipo.
Empurrado em um abismo, para o impacto certo dentro de
segundos, onde nestes segundos uns pairam dúvidas, outros mal têm noção do
tempo e tentam voar, até o impacto surdo de ossos e carne transformando-se em
poça.
O afogamento, para mim o mais angustiante, pela sensação de
luta e desespero que inevitavelmente a fisiologia manifesta, arranhando a
garganta buscando ar, estirando as mãos no espaço com baixa gravidade, quase
que um voo para o além...e lentamente a água invade, e tudo preenche-se, e você
esvazia-se...
Não quero encerrar meu sofrimento, mas de tudo desejo,
somente para interromper a dor que me aflige, e aceito passar pelas provas e
ramificações as quais sou imposto...
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