Estavam os dois, caçando na
floresta faz um tempo.
Furiosos e hipnóticos, como se o
próprio vento favorecesse sua escalada e travessia. Acima, troféis expostos da
pele humana balançavam entre galhos. Eles mataram dois, e este era o último.
Com faca na mão de um e pedra no
outro, eles rastrearam sua presa. Ele morava ali perto, mas nada tinha
expectativa diante dos dois. Rapidamente enquanto saia de sua cabana para seu
cavalo, a pedra foi lançada.
Sua têmpora com um baque surdo
explodiu em um inchaço sanguíneo contínuo, ele ainda tonto, começou a correr, o
cavalo desesperou-se e o empurrou, a pé ele adentrou a floresta, sabia o que
lhe procurava...
E assim o outro foi, o cheiro de
sangue o excitava, derramado entre a umidade, folhas e terra molhada, mas
somente o ferro destacava-se. Deu a volta no lugar já conhecido, saltou caindo sobre ele, com a faca segura na boca.
Os olhos do homem eram de total
pavor, ambos estavam em uma clareira, e enquanto um derramava lágrimas de
piedade, o outro derramava ódio em seu rosto.
Era raiva pura.
O levantou e esfaqueou o maldito,
uma, duas, três, quatro, cinco, seis, sete, oito, nove, dez, onze, doze, treze,
quatorze, quinze, dezesseis, dezessete, dezoito, dezenove, vinte, vinte e um,
vinte e dois, vinte e três, vinte e quatro, vinte e cinco, vinte e seis, vinte
e sete, vinte e oito, vinte e nove, trinta, trinta e um, trinta e dois, trinta
e três, trinta e quatro, trinta e cinco, trinta e seis, trinta e sete, trinta e
oito, trinta e nove, quarenta, quarenta e um, quarenta e dois, quarenta e três,
quarenta e quatro, quarenta e cinco, quarenta e seis, quarenta e sete, quarenta
e oito, quarenta e nove, cinquenta, cinquenta e um, cinquenta e dois, cinquenta
e três, cinquenta e quatro, cinquenta e cinco, cinquenta e seis, cinquenta e
sete, cinquenta e oito, cinquenta e nove, sessenta, sessenta e um, sessenta e
dois, sessenta e três, sessenta e quatro, sessenta e cinco, sessenta e seis, sessenta
e sete, sessenta e oito, sessenta e nove, setenta, setenta e um, setenta e
dois, setenta e três, setenta e quatro, setenta e cinco, setenta e seis, setenta
e sete, setenta e oito, setenta e nove, oitenta, oitenta e um, oitenta e dois, oitenta
e três, oitenta e quatro, oitenta e cinco, oitenta e seis, oitenta e sete, oitenta
e nove, noventa, noventa e um, noventa e dois, noventa e quatro, noventa e
cinco, noventa e seis, noventa e sete, noventa e oito, noventa e nove, cem,
cento e um, cento e dois...
Por fim, a mata era vermelha,
tripas, fezes e órgãos derramavam no chão, pendurados por músculos rasgados e
gordura. Fedendo forte, mas seu sangue banhava-o por completo. Ele retirou a
faca após o último golpe, e colocou na bainha. O terceiro estava morto, mas
talvez ainda viriam outros...
Nenhum comentário:
Postar um comentário