segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Dogs


 "Você precisa ser louco, precisa ter um motivo de verdade
Você precisa dormir sobre seus dedos do pé, e quando você estiver na rua
Precisa ser capaz de escolher a carne fácil com os olhos fechados
E depois se movendo silenciosamente, contra o vento e escondido
Você tem que atacar no momento certo, sem pensar"

Finalmente após alguns dias entre a realidade onírica e o despertar irritante, ouvi dentro de meus sonhos o que minha mente tentava resguardar...

"E tudo que sou...é fumaça e espelhos..."

Nossa frase clássica, de 5 dias...o que me compõe?
Não é carne e osso, pois não sinto...toque, ferimentos, apertos. Só abraços sinceros cheios de energia, boas.
Andei por ai pelo inverno de minhas sensações, caminhando como cruzasse Edoras ou Frostfang, descalço só com minha bermuda, como de costume.
Senti o corte em minha garganta, enquanto o sangue do peito congelava instantaneamente, enquanto eu transcendia no tempo e espaço...

E lá ia ela, o penhasco mais alto na subida mais íngreme em minha hora mais sombria.

"...Você nunca saberá o quão duro eu tentei.
Para encontrar meu espaço e te satisfazer também..."

Na encosta escorregadia eu fui, pois precisava. Pedra lisa eu atravesssei, porque me diziam.
No topo eu deitei, porque quis, eu cheguei. Nada de carne, osso, calor, frio, sonho ou pesadelo.
E lá, seus latidos preencheram meus ouvidos.
Enquanto deitado eles aos poucos chegavam, cheirando, averiguando, analisando cada momento, sacrifício realizado, vida passadas e futuras.
Eles me atacaram sem ao menos hesitar, eu tentava acordar de qualquer maneira, acho que me mexi bastante essa noite...mas o sonho era tão real...
Palpável como a dor de ser despedaçado, dilacerado, não mais sendo inteiro, não mais presente aqui.

"...arrancou-me a visão, arrancou-me a fala, arrancou-me a audição
arrancou-me os braços, arrancou-me as pernas, arrancou-me a alma..."

O filme! Como não lembrar daquela cena, feia, legal, agonizante, ecos e sussurros de um pobre coitado.
Estes que persistiram em minha cabeça por tanto tempo sutilmente sem perceber, entendi os cachorros na minha mente, os latidos no fundo.
Os uivos pela noite, porque me olhavam tão estranhamente como se estivessem famintos por algo fresco e suculento.

"Is it soft? is It juicy?"

Já vinha me sentindo assim faz algum tempo, aos poucos tentando buscar entender o que fazia sentido, até hoje, pensamos compreender.
Não sei exatamente o que os dias a seguir trarão...além da dor, conhecimento, aprendizado, um passo de cada vez, as brasas de caminho.
Os pés cicatrizarão, assim como meu corpo todo, mas...
No momento, tudo que sou, é imaterial e reflexos...

https://www.youtube.com/watch?v=0bqZFp7dWbg

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