sexta-feira, 29 de abril de 2011

Replay



Meus meses estão atemporais, mais espaçados, mais raros.

"Me sinto como um pouco de manteiga passada em um pedaço muito grande de pão". - Tolkien.

Tento contabilizar minhas horas, somente para saber que as perdi, e nada lamento, pois chorar sobre o arrependimento é viver o passado.

Não pretendo perder mais segundo algum, sobre isso, e sim viver intensamente o que me aguarda.

Sem medo de ser (ou não) feliz.

"O medo de viver nos condena ao preto e branco de cada esquina, e nos priva da surpresa do amor e decepção." - Z.L.

Já se foram meus pensamentos passados do certo e errado, do bom e de mal agrado em sentimentos únicos por cada pessoa, não vale a pena reviver, só as memórias salvam a eterna lembrança do olhar apaixonado.

E como amava.

"O que é sagrado, do que é feito o espírito, pelo o quê vale a pena viver e morrer? A resposta para cada uma é a mesma: Amor." - Lord Byron/Jeremy Leven.

Foram tantas conversas, e em todas, eu respondi sempre assim.

"Carpe Diem" - Nome de vários álbuns do orkut; Postagens do facebook; perfis.

A verdade.

domingo, 24 de abril de 2011

Veneno Anti-Ares



Eu sou uma ferida aberta.

O sangue exposto derrama a cada toque, e mesmo quando parece o mais cicatrizado possível, sempre abre-se e deixa derramar uma lágrima.

A cada uma, uma dor profunda, acelerando meu batimento, contra a parede e vento.

Eu expurgo-a dizendo que está tudo bem, deixa pra lá, não é nada demais, e novamente, ela sangra.

Eu sou o pior sentimento dos artrópodes, quelicerados, aracnídeos. No canto de minha boca escorre cada palavra suja e mal digerida sem pudores e encantos, causando a dor de um parto em meus firmamentos.

Volúpio e instável, tal como bombas, armadas e preparadas a cada instante. Devidamente soltas quando a linha de defesa é ameaçada.

O vizinho quer mijar no meu quintal, eu o expulso à marteladas.

Sempre escondido, mesmo nas fossas oceânicas, latente. Vem à tona ainda assim, nadando contra minha vontade, e minha confiança total.

Eu sou teu ciúme mais sincero e direto possível.

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Pupa



Viver atrás da mentira.

Conviver com muito cuidado.

Até parece uma missão, de tão pesado o fardo, ou o manto.
Recobre os pés, para aquecer.
Solto nas costas e esfria.

Quanto mais quer tirar-se, menos liberdade têm.
O grito abafa, o som torna-se mudo, uma pessoa menos sem voz.
Ninguém persiste desta maneira por muito tempo.

Um mundo cinza, paralelo com a noite cheia de cores e felicidades.
Eu não quero mais acordar, pois meus dias são presos.
Quero poder despertar em meu sonho, trazer o sonho, realizar.

A vida não está somente lá fora, e sim na capacidade de sonhar acordado sempre, para salvar-se de tudo.

Sleep outside; Live inside.

terça-feira, 12 de abril de 2011

Falta

Meu abraço parece vazio.

Sozinho, tudo preto no branco, meu mundo não tem cores.

Sem amores e compaixão, não posso viver.
Será que isso é real?
Como pode ser verdade?

Meu mundo nao roda mais e a cada momento sangra à medida que tenta.
Quem dera eu poder viver em paz, mas eu prefiro morrer de dores,

à não ter você.

sábado, 9 de abril de 2011

Bohemian Rhapsody



Meu paraíso é vazio, como uma lufada sem rumo.

Que dobra e se desdobra entre frestas, esparramando-se no chão sujo, levanta poeira.
Do outro lado de meu lago, posso tocar a Lua, mas enquanto estou na superfície mal contento-me com minha realidade.

E são gritos de raiva dentro querendo explodir, a cada voz.
Socos vigorosos, capazes de rasgar meu punho, e nem sentir pela fúria intensa a qual queimo.

Eu queimo de vontade de não viver, e perecer sob esta Lua.

E abraçar meu Paraíso.